A escuta é o primeiro passo para trilhar o caminho de sucesso

Muitas vezes, o cliente, sequer, tem clareza do que ele realmente precisa. Nesses casos, é imprescindível ter sensibilidade e um interesse genuíno para escutá-lo focando em entender as suas dores. Essa lição, Camila Cunha, gaúcha de Passo Fundo – RS, aprendeu logo no início de sua atuação como Scooteira.

Foi mais de uma hora de atendimento, que atualizou na prática o que havia definido como escuta ativa: “Atendi uma cliente que mal conseguia me explicar o motivo da sua insatisfação. Em ligação, dediquei a ela uma escuta ativa para compreendê-la Foi quando percebi que, além de solução, ela queria ser ouvida. Após mais de uma hora de atendimento, consegui distinguir suas dores e direcionar para o caminho que solucionaria o problema”, relembra.

Para todo mundo ver: Camila é uma mulher de pele clara, cabelo liso escuro. Está sorrindo na foto, com um blaser branco e, no fundo, uma parede azul..

A preocupação em solucionar a dor do outro e em enxergar no outro, que grita, alguém que, na verdade, precisa de escuta e atenção são tarefas que fizeram de Camila uma Scooteira que decolou rapidamente. Apesar de considerar óbvia essa postura empática quando se trata de relacionamento, a gaúcha não havia vivenciado no mercado de trabalho aquilo que ela tanto pratica e recebe no seu dia a dia aqui dentro da Scooto.

Em 2019, por medo de perder o emprego que acabara de conseguir, Camila não pode obedecer ao tempo de afastamento necessário para se recuperar de uma conjuntivite, o que causou a perda de 90% da visão do olho esquerdo e um transplante de córnea. A gaúcha que há 20 anos mora no Rio de Janeiro, trabalhava em um canteiro de obras nessa época e conta que a falta de compreensão do chefe, que chegou a chantageá-la, fez com que ela tivesse que se expor no local de trabalho quando deveria estar em casa. Logo, o quadro se agravou e virou uma úlcera.

O caso da Camila é um dos muitos exemplos de quão nocivas podem ser as relações de gestores e subordinados quando não pautadas na empatia e humanidade. Os rigorosos modelos de avaliação no mercado de trabalho, que desconsideram os limites humanos, custam a saúde e a vida de muitas pessoas.

Essa não foi a primeira batalha que Camila travou. Aos 19 anos, no parto de sua primeira filha, Rebeca, a jovem ficou três dias em coma por conta de uma eclampsia que por pouco não tira sua vida. Hoje, Rebeca está com 12 anos e Ítalo, o caçula, tem sete.

A vida de Camila, que hoje é nossa Scooteira, é marcada por episódios difíceis. Com apenas 31 anos, coleciona muitas histórias de superação. Em 2017, precisou retirar um rim que alojava uma pedra de 6cm. “Foi uma fase em que eu ficava mais internada do que em casa”, lembra. Além dos problemas de saúde, Camila foi vítima de violência doméstica e psicológica, e precisou voltar a morar com os pais, levando os dois filhos ainda pequenos.

Diante de tantas lutas, a vida profissional caminhava do jeito que dava. Camila chegou a ingressar no curso de segurança pública na Universidade Federal Fluminense (UFF) e sonha em concluir em breve. A quase carioca conta que sempre trabalhou em vendas e, em setembro de 2021, passou a fazer parte da Scooto na equipe de vendas ativas. “Uma amiga me apresentou a Scooto e eu logo vasculhei o Instagram da empresa. A cultura transmitida ali esquentou meu coração e me gerou o desejo de fazer parte. Foi minha luz no fim do túnel”, encerra.

A história da Camila traz um alerta importante: repensar as relações de trabalho é urgente. Quando falamos em humanização, estamos falando das relações que estão para além da empresa-cliente. É necessário resgatar o olhar humano independentemente de aspectos comerciais envolvidos.

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