Neste artigo, Marina Vaz, CEO da Scooto, fala sobre a falha na prospecção fria e usa sua caixa de entrada do e-mail como exemplo.

Gente, eu venho aqui pedir clemência.

Isso aí é um print do início de outubro, da minha caixa de entrada (do que não foi parar direto no spam).

As abordagens vão de “fulano mencionou você na conversa” (detalhe que ele escreveu “mencinou” que já entrega que foi ele mesmo quem escreveu), a um caso que a mesma pessoa me manda em 2 dias seguidos um e-mail com “Proposta” no título e outro com “Retorno de proposta” como se ele estivesse retornando sobre uma proposta que eu pedi. Não pedi proposta nenhuma.

Vi em outro post um título de e-mail de prospecção escrito “Carta de demissão” mas, na verdade, era só gatilho pra me fazer abrir e-mail.

Eu sei que vocês querem lead a qualquer custo, mas assim não dá. Qual que você acha que é o resultado quando todas as empresas usam o mesmo robô disparador de templates pra todas as pessoas que tem cargo decisor no LinkedIn?

Muito antes de LGPD pegar, o Google e o LinkedIn te bloqueiam, e se passar, a empresa te bloqueia. Com ranço no dedo.

Lead também é gente

E como que você faz pra se aproximar de gente? Paga um drink, puxa uma conversa sobre um assunto que você acha que a pessoa vai gostar, fala de futebol na portaria, fala de celebridades no salão, você estuda seu público pra saber como impactar. Aí chega na prospecção B2B e todo mundo quer ser o malandrão que “hackeou” o sistema com uma taxa de abertura de 50% escondendo que no dia seguinte o e-mail dele não chega mais em lugar nenhum.

Vou ensinar aqui a **vender pra mim**, na esperança de que a minha caixa de entrada possa ver dias melhores:

Quer que eu abra o seu e-mail? Me mostre que você conhece a Scooto, que você leu um texto meu e que algo te impactou, que você viu sobre a Scooto no lugar X e isso te despertou alguma curiosidade, seja específico nessa curiosidade. Eu tenho texto pra caramba publicado aqui, tem Instagram, tem vídeo meu espalhado por todo canto, tem podcast que eu falo até da minha infância (o Desnegocio, claro), tudo recheado e com cobertura de informações úteis para me prospectar.

Não dá pra fazer isso com todo mundo, mas dá pra ser muito mais assertivo, dá pra ter respostas úteis, dá até pra conseguir um espacinho na agenda, porque você afagou meu ego. Por favor, gente, não é só com o aumento de oportunidades que você aumenta vendas. É aumentando a conversão, é melhorando o preço, é diminuindo o ciclo de vendas…

Só que, para isso, não tem robô. E aí, os malandros choram porque né, tem que trabalhar.

Marina Vaz, founder e CEO da Scooto.