É impossível contar a história da Scooto sem contar as histórias das Scooteiras, na verdade, elas se entrelaçam e dão forma a essa empresa que tem transformado, aos poucos, o mercado.

Mãe solo + trabalho é uma conta necessária

É impossível contar a história da Scooto sem contar as histórias das Scooteiras, na verdade, elas se entrelaçam e dão forma a essa empresa que tem transformado, aos poucos, o mercado. O texto a seguir faz parte de uma série de matérias que inauguramos hoje, aqui no Blog. Vamos compartilhar algumas das muitas histórias incríveis que fazem parte da Scooto.

A maternidade ainda não é tida como ofício, sobretudo quando se trata do mercado de trabalho. Exige-se que uma mãe cuide dos filhos (futuro trabalhador para manter a economia girando), mas esquece-se que é preciso entendimento de que para isso também é preciso autonomia financeira. Essa é uma a conta que nunca fecha. E a história da Deise, nossa Scooteira, explica melhor essa equação.

Depois de ter o atelier roubado, durante a pandemia, ela se viu sem sustento e sem esperança. Foi demitida assim que engravidou, não por coincidência. Essa poderia ser a introdução da história de muitas mulheres no Brasil, mas é parte da trajetória da Scooteira Deise Faria, gestora de Recursos Humanos, de 42 anos, que há 9, se tornou mãe do Guilherme.

Quando Deise foi demitida, ainda grávida, não existiam medidas públicas que assegurassem o emprego das mulheres nessa condição. Hoje, mesmo com algumas tímidas garantias, o desemprego das mulheres após se tornarem mães ainda é uma realidade. Segundo estudo recente da Fundação Getúlio Vargas, após 24 meses, quase metade das mulheres que tiram licença-maternidade está fora do mercado de trabalho, um padrão que se perpetua inclusive 47 meses após a licença. A maior parte das saídas do mercado de trabalho se dá sem justa causa e por iniciativa do empregador. Isso exemplifica como mulheres mães ainda são descartáveis para o mercado de trabalho.

Mas, no meio do caminho da Deise havia a Scooto. Mesmo qualificada, a gaúcha se sentia fragilizada e desacreditada do futuro profissional. Afetada pela pandemia, precisou retomar a produção de bolsas e acessórios na Dê Faria, sua empreitada empreendedora. Mas o trabalho foi interrompido após o roubo de todos seus equipamentos e materiais em seu atelier. Foi quando providencialmente conheceu a Scooto e uma ligação telefônica, em um sábado, mudou sua realidade desde então. “Essa empresa existe mesmo?”, se perguntava Deise durante todo o processo de contratação”. Trabalhar seis horas por dia, de casa, perto do filho; proposta parecia boa demais para ser verdade.

A mãe do Guilherme chegou para fazer parte do SDR, setor de qualificação de leads da Scooto, Não demorou muito para que Deise se destacasse, em 40 dias a Scooteira já treinava novas colegas.

Deise é mãe solo, e hoje comemora poder participar ativamente da rotina do filho. A gaúcha, que chegou a ter atestados médicos não aceitos pela antiga empresa,  agora leva e  busca Guilherme nas aulas de futebol. Uma realidade bem diferente daquelas vividas e um de seus empregos. Deise lembra que uma vez ouviu de sua líder enquanto explicava sua ausência por conta da saúde do filho: “O que acontece com você dessa porta para fora, não me interessa”.

A Scooteira destaca o papel importante que o desafio na Scooto teve na sua vida. Depois de repetidas dificuldades, Deise conta que já não acreditava em seu potencial profissional, mesmo tendo passado por tantas experiências, inclusive em posições de liderança. “Hoje, me sinto potente outra vez. Resgatei a autoconfiança”, dispara.

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